Os Jogos de Oposição têm como identidade as mesmas
características dos esportes de combate praticados desde o início das
civilizações. Alguns desses Jogos continuaram ao longo do tempo sendo
utilizados de forma simples e com características da cultura local, já outros
adquiriram uma forma institucionalizada tornando-se esportes e Lutas das quais
hoje conhecemos.
Os Jogos de Oposição aqui abordados tem como característica
o ato de confrontação que acontece entre duplas, trios ou até mesmo em grupos.
Seus objetivos são vencer o adversário, impor-se fisicamente ao outro, respeito
às regras e acima de tudo assegurar a segurança do colega durante as
atividades.
Durante a vivencia
dos jogos a criança estará sendo estimulada a trabalhar os aspectos cognitivo,
sócio-afetivo e motor. Desta forma a atividade visa contribuir para o
desenvolvimento integral do aluno.
• Recursos motores: assegurar um bom desenvolvimento da postura
e base, controle do equilíbrio, coordenação dos movimentos, tirar, empurrar,
apreender, levar, tocar, arrastar, evitar, levantar, imobilizar, voltar.
• Cognitivos: elaborar
estratégias, construir e apropriar-se das regras de funcionamento, avaliar,
decidir, observar, reconhecer, comparar.
• Sócio-afetivo: dominar as
suas emoções, canalizar a sua agressividade, respeitar as regras, aceitar a
derrota, respeitar o outro.
Dentre a classificação dos Jogos de Oposição podemos
classificá-los em três grandes grupos:
1. Jogos que aproximam os combatentes: Estes jogos são
procedentes dos esportes de combate que mantém contato direto (corpo a corpo),
os quais consistem em tirar, empurrar, desequilibrar, projetar e imobilizar.
Entre estes Jogos de Oposição podemos citar o Judô, Luta olímpica, Jiu-Jitsu,
sumô etc.
2. Jogos que mantêm o
adversário á distancia: estes jogos têm como característica não manter contato
direto com seu adversário, este contato só se da no momento da aplicação de uma
técnica. Os exemplos que podemos destacar são o Karatê, Boxe, Muay Thay,
taekwondo.
3. Jogos que utilizam um
instrumento mediador: Esgrima e Kendo.
Dentre as várias
possibilidades pedagógicas e metodológicas, uma delas consistiria em manter um
dos alunos em quadrupedia (posição de base) e seu oponente (posição de
controle) tentaria desestabilizá-lo. O vencedor seria o que dentro de um tempo
estipulado tirasse o equilíbrio de seu oponente ou o que conseguisse manter em
equilíbrio até o final do tempo estipulado.
Essa metodologia é uma ótima estratégia para firmar valores
éticos, como o respeito às regras da competição, treinar e aprimorar
capacidades físicas e refinar habilidades motoras. Com isso, o professor de Educação
Física Escolar que não tivesse em seu passado um histórico em lutas poderia
perfeitamente desenvolver um conteúdo com amplos objetivos pedagógicos, o que
sem dúvida poderia estimular os alunos a prática de uma luta especializada.
Durante a aplicação dos Jogos de Oposição precisamos levar
em consideração alguns critérios de segurança para que não ocorram acidentes.
Sendo assim devemos propor espaços delimitados que ofereçam segurança para a
criança; tempos de jogo limitados e curtos (30 sec, 1min, 1min30) com sinal de
início e fim de jogo; durante o jogo não utilizar jóias ou qualquer objeto que
possa ferir; retirar os sapatos (quando necessário); estabelecer com os alunos
as regras de segurança que conduzem a atividade; fazer um aquecimento específico
que recorra à ações elementares da oposição: tirar, levar, cair, rolar etc.
No quadro abaixo segue alguns exemplos de Jogos de Oposição:
A nova proposta metodológica da abordagem do ensino das lutas na escola pretende substituir a terminologia marcial ou esporte de combate por Jogos de Oposição, cujo objetivo é proporcionar a vivência da corporeidade e o autoconhecimento dos educandos, desmistificando assim o ensino de artes marciais na escola.